quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Os Indígenas do Rio Branco (RO)


Com a irmâ Thereza Catarina Canossa temos estado visitando a Área Indígena Rio Branco. Iniciamos a visita realizando o dia 13 o anunciado jejum em solidariedade com Dom Luiz Cappio, na aldeia de Serrinha. Em muitas aldéias o acesso continua sendo somente pelo rio. Eles sofrem a construçao de várias centrais hidrelétricas na mesma bacia, secando o rio ou soltando de improviso as águas, o qual os prejudicando para o transporte e a pesca. Algumas espécies, como o pintado e os tracajás, esto desaparecendo. A pesar da UHE Rio Branco, do Grupo Cassol, estar somente a 40 km. da aldéia de Sao Luiz, eles ainda nao tem rede de energia elétrica e faz anos que pedem atendimento. A energia produziada está sendo distribuída longe: em Alta Floresta, Nova Brasilândia, Sao Miguel do Guaporé e Seringueiras. Porém nao tem para eles. Algumas placas solares estao quebrando o galho para algumas famílias ter luz em casa. Enquanto contra a vontade dos indígenas, uma nova central já está sendo construída no mesmo rio. Vejam as fotografias no álbum citado acima, assim como do quilombo de Laranjeiras e da comunidade ribeirinha de Rolim de Moura do Guaporé. Na fotografia, o novo pajé Severino Tupari, que estava chegando de participar do encontro de pajés na Baia das Onças.
Veja fotos de Frank Caspar de 1945-1950 sobre Os Tupari:http://br.youtube.com/watch?v=BZzoT_PHpuo

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Eu vou jejuar também


Eu vou jejuar também.
Cansei de apagar tantos e-mails, lançados como gritos clamando o céu pelo Rio São Francisco. Enquanto Dom Cappio começou o seu jejum, eu tenho continuado insensível, sentado no meu computador, repassando mensagens, divulgando o protesto, e não fazendo mais nada. Continuando a tocar minha agenda, e fazer minhas reuniões.
Indo embora, enquanto em Porto Velho os movimentos sociais têm se manifestado, unidos contra as hidroelétricas. Enquanto mais um leilão privatiza nossas águas, tira os peixes de nossos rios e ameaça de fome os indígenas, quilombolas e ribeirinhos, brasileiros, peruanos e bolivianos de nosso Rio Guaporé e de todos os rios acima do Madeira.
Enquanto mais uma lei injusta nega os territórios aos quilombolas.
Não vou ficar mais quieto, só vendo acontecer.
Agora eu vou parar, jejuar e rezar também, pelo menos um dia.
Unindo meu gesto insignificante aquele de Dom Cappio, que nos mobiliza a todos.

Vou jejuar na Área Indígena Rio Branco, junto dos indígenas tupari, macurap, aruá e jabuti.
Eles também sofrem pelas centrais hidrelétricas, construídas em suas terras ancestrais, destruindo seus cemitérios, ocupando seus territórios, seqüestrando as águas de seus rios, matando os tracajás de suas praias.
E ficando as escuras, sem sequer receber parte da energia que produzem.

Eu vou jejuar e rezar também.
São Francisco do Guaporé, 10 de dezembro de 2007.
Fotografia: Sao Francisco, companheiro da caminhada. Pintura de Cerezo Barredo na Igreja de Sao Francisco do Guaporé, RO.

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