domingo, 20 de julho de 2008

Carlinhos


Nosso Brasil, por um lado moderno e desenvolvido, pelo outro surpreende pela precariedade e insegurança das pessoas e de recursos, que nos fazem sentir muito impotentes. Sabemos que tem setores, como nossos ribeirinhos, de muita exclusao e de pobreza. Porém assusta ver como andam as coisas em cidades modernas e desenvolvidas, com todo tipo de consumo, como nosso Porto Velho.O passado dia 11 de julho um terrível acidente de ônibus na BR 364, em Ouro Preto d'Oeste, tem atingido todo um grupo dos Movimentos Sociais e Populares, que iam para um curso de treinamento sobre educaçao popular. Nosso campanheiro Carlinhos, agente da Pastoral da Terra, a CPT de Porto Velho, ficou ferido de gravidade. Faleceram sua mulher e o seu filho, irmâ e sobrinho do Pe. William, de nossa diocese de Guajará Mirim. Carbonizados, como o resto das 14 vítimas mortais.
O ônibus bateu de frente com uma carreta de combustível, que explodiu, e pegou fogo todo o ônibus. Todo dia vemos tragédias nos jornais e na TV. Porém quando atingem alguém de perto, a gente fica abalada. E depois da dor das pérdidas, veio o problema das despesas do atendimento hospitalar dos doentes. Quem toma conta delas? Alguns dos feridos tem precisado de cirurgias e de cuidados que a os hospitais públicos nao davam conta. Nós da CPT, e o pessoal dos movimentos atingidos, e das comunidades de Porto Velho, estamos pedindo ajuda para eles. Tem advogados atrás das companhias seguradoras do ônibus, da carreta de combustível,... porém por enquanto, nada.

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sábado, 12 de julho de 2008

Enfermeiros do CEUSOL

Segunda feira, trinta de junho, pela noite conseguimos embarcar e sair de Costa Marques rumo acima, no Rio Guaporé. O dia todo tínhamos ficado ocupados nos preparativos e em terminar de arrumar o barco "Dom Roberto", com problemas de infiltraçoes de água.
Vieram conosco, a mais do piloto Vítor Cojubim e a esposa dele, Gezabel, e o seu genro, um enfermeiro e uma enfermeira do CEUSOL, o centro solidário da Universidade Claretiana de Batatias: Sandra Toloi Saltareli e Ivan Oliveira Gomes.
Viajamos de noite, para aproveitar os poucos dias disponíveis. Já no outro dia pela tarde chegamos na primeira comunidade: Santo Antônio do Guaporé.
Casa por casa os enfermeiros passaram olhando a pressao dos moradores, fazendo examen de diabetes e atendendo outros problemas apresentados. Apenas uma dúzia de famílias.
Pela noite rezamos missa a luz de velas e com muitos cantos. A comunidade dispoe de motor gerador, porém está sem diesel, e algumas placas solares, porém sem baterias.
Logo depois continuamos subindo penosamente o rio, que ainda tem muita água e correnteza, para esta época do ano.

Levamos amarrado o barco "Padre Xavier", nosso antigo barco da Pastoral Fluvial, que iremos entregar na comunidade de Laranjeiras.
Subindo vamos avisando as comunidades do dia de nossa visita, na volta.
Somente sexta conseguimos chegar a Laranjeiras. Foram 445 km de rio à velocidade de seis o sete km/hora. Durante a viagem temos tempo para nos conhecer com os dois enfermeiros voluntários, para conversar, para ler, para pintar e arrumar coisas do barco, ...
Em Laranjeiras nos recebem com muita alegria, contando como foi lá a equipe de demarcaçao de terras do INCRA. Eles fizeram uma proposta de demarcaçao territorial que lhes tem deixado muito animados. Gezabel, a mulher do Víctor, é filha de Laranjeiras, e fazia alguns anos que nao estava aqui. O seu filho Amarildo, e sua nora e cinco netos moram aqui. Eles ficam até de madrugada conversando. Na volta, Amarildo descerá conosco para ir a Ji Paraná tirar a carteira indígena e tentar resolver um problema com a justiça, pois foi preso e acusado de pesca ilegal.
No outro dia temos celebraçao religiosa na escola. Ao terminar, sentamos começando a elaboraçao dos estatutos da nova Associaçao da Comunidade Quilombola de Laranjeiras, ao nome da qual deveráo ser registradas as terras da comunidade.
Almozamos convidados por eles e à tarde ja vamos embora: O tempo é pouco. Na comunidade de As Cruz paramos instalando placas solares em duas casas. Sao as últimas das sete placas solares financiadas pela empresa Fundiçao Benito Dúctil, de Barcelona, a través da ONG Enllaç Solidari.
Domingo rezamos a missa em Rolim de Moura do Guaporé e pela tarde paramos na pequena comunidade de Tarumá. No outro dia passamos pela Ilha de Flores e chegamos até à comunidade boliviana de Mateguá, onde somos obsequiados com o tradicional asado de tartaruga. Aqui entregamos uma bomba de passar fumaça, que serve para afugentar as pragas de mosquitos transmisores da malária, do dengue e outras doenças endémicas da regiao. Ela foi comprado com ajuda de ma campanha do Colégio Claret, de Barcelona.
Em todas as visitas, os enfermeiros descobrem muitas pessoas com problemas de hipertensao. Alguns, se a gente estivesse na cidade, os teriamos que levar ao hospital, pois estávam com a pressao altíssima. Nós nem tinhamos trazido muitos remédios para este problema. Recomendamos medicinas naturais: Dieta sem sal, reduzir as gorduras, chá de quebra pedra e capim santo. Pouco podemos fazer. Porém somente detetar o problema já foi importante.
Muitas pessoas jamais tinham feito examem de diabetes. Inclusive em jovens, alguns examens sao alarmantes: Sandra e Ivan lhes recomendam o cuidado com o açúcar, com o gluten (como comer verduras, aqui que quase nao tem?), e fazer examens mais detalhados quando forem viajar na cidade.
Assim continuamos viagem, parando em algumas casas isoladas, e na fazenda de Pau d'Olho. Dá tempo até para uma pescaria de piranhas e tucunarés antes de chegarmos na comunidade boliviana de Versalles.
Pela noite continuamos viagem, e parando apenas na Baia do Boi, continuamos direto até Costa Marques, onde chegamnos no outro dia pela manhâ.
Com tempo para um breve descanso, até a Sandra e o Ivan viajarem para Sao Francisco e lá se juntar a turma do CEUSOL, para ir de ônibus de volta para suas cidades no estado de Sao Paulo. Em total foram mais de 900 km pelo Rio Guaporé.

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