A cidade de Porto Velho vive hoje os impactos do avanço do capitalismo. Quando falamos do avanço do capitalismo estamos falando dos grandes projetos de aceleração do Crescimento – PAC, principalmente para a grande região amazônica. Aonde tais projetos chegam sem levar em conta os povos tradicionais, os indígenas, quilombolas, ribeirinhos e a própria floresta.
Tais projetos chegam e vão impondo uma nova forma de ser e viver na amazonas, sem levar em conta a riqueza humana e natural desta região. Mas tudo isso em nome do progresso – do desenvolvimento. Perguntamos-nos: Progresso para quem? Desenvolvimento para quem e para o que? As respostas dependem dos interesses dos grupos.
Outro fator que nos provoca a pensar e agir na defesa da vida é observarmos os milhares de migrantes vindos de toda região do país, sendo na sua maioria da região do nordeste do país. Estes vêem em busca de sobrevivência, em busca de pão, pão que os sustentam e alimenta seus familiares em seus locais de origem. São homens e mulheres que muitas vezes, corajosamente se colocam a caminho em busca de dignidade e do meio mais justo e honesto de serem incluídos neste sistema capitalista – ou seja, “vendendo sua força de trabalho”.
Ao chegarem se deparam com o trabalho duro, a saudade daqueles e daquelas que ficaram e os desafios de viverem em grandes grupos muitas vezes desconhecidos – anônimos.
Muitos buscam na fé a superação dos desafios e na esperança a certeza de vencerem cada dia a sua jornada e assim realizarem aquele sonho que os motivaram a sair e vir trabalhar em terras distantes. Outros, mais jovens não conseguem superar estes desafios e muitas das vezes busca sobreviver entregando as bebidas e outras formas de esquecer a dureza. Na verdade são vidas sacrificadas no altar da ganância do próprio capitalismo.
Ao andar pela cidade de Porto Velho, ruas, avenidas e praças podemos sentir e ver o quanto o “progresso” que não é destinando a todos e todas as pessoas mas tão somente a uma minoria que concentra em suas mãos o poder econômico, vemos trabalhadores que partem para mais um dia de trabalho mas vemos também seres humanos jogados pelas ruas, praças... lutando de uma forma ou de outra pela sobrevivência. Esta realidade tem aumentado muito são centenas e centenas de homens e mulheres vitimizadas por um sistema que exclui aqueles e aquelas que estão fora do mercado do trabalho ou não conseguiram se adaptar a dureza que é o trabalho nos canteiros de obras. Muitos destes não conseguem retornarem ao seu estado de origem restando assim às ruas e praças como sua casa comum.
Nossa missão enquanto pessoas comprometidas com a proposta do evangelho de Jesus Cristo é a defesa da vida dos mais pobres entre os pobres. Nossa missão é de ser igreja peregrina que para no meio do caminho, olha o irmão caído, cura suas feridas e o levamos conosco para cuidar dele. “Eu era migrante e tu me acolheste” (MT 25)
terça-feira, 11 de outubro de 2011
“PARA O MIGRANTE PÁTRIA É A TERRA QUE LHE DÁ O PÃO” (SC)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Falece em Guajará uma das "filhas de Dom Rey"
Dom Rei com uma jovem formada em Guajará Mirim. Fonte: Arquivo da Diocese de G Mirim. |
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