Publicada em 28 de fevereiro de 2014 e atualizada em 28 de fevereiro de 2014 as 15:32:32
MONTEZUMA CRUZ –
Extinto o Serviço de Navegação do Guaporé (SNG), o primeiro governo civil após a ditadura militar criou e fez funcionar a Empresa de Navegação de Rondônia (Enaro), cujo destino foi semelhante ao de tantas empresas prejudicadas pela malversação de recursos.

No passado, população do Guaporé valia-se dessas embarcações para chegar a Guajará-Mirim (M.Cruz/AVN)
Durante muito tempo também funcionou no extinto território federal o Serviço de Navegação do Madeira, cuja sede situa-se na atual Delegacia da Mulher. Resultado: perda total, irrecuperável, para o lado mais fraco nessa história, os usuários.
Pessoas simples e sem muitas posses formavam a clientela de passageiros das embarcações que subiam e desciam os rios Guaporé, Mamoré e Madeira, rumo ao comércio e aos hospitais de Guajará-Mirim e Porto Velho. Novas gerações de “beiradeiros” são hoje tão dependentes quanto elas, de um transporte à altura das necessidades de quem vive isolado na floresta da Amazônia Ocidental Brasileira.
Antigamente, famílias eram transportadas das barrancas, vilas e ilhas dos rios desta região, desde Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) a Guajará-Mirim, e daqui, a Porto Velho, Manaus, Belém, ao nordeste e ao sudeste do País.
“Nos anos 1950 e 60, o estaleiro do SNG produzia balsas e batelões construídos com madeira ou chapas de ferro”, conta o acadêmico de letras e historiador Paulo Cordeiro Saldanha. “Naquele tempo os administradores públicos inventavam os meios, com criatividade, pertinácia, vontade e idealismo. Não se submetiam às dificuldades e faziam acontecer”, ele assinala.
Guajará-Mirim ensaia o apoio à volta do notável SNG, remodelado, com dirigentes responsáveis, viagens planejadas e manutenção de suas embarcações. Se os serviços funcionam bem no Acre e no Amazonas, porque não dariam certo também aqui? – é a indagação ouvida na cidade.
Há promessas quase silenciosas para se debater o assunto novamente, em reunião pública que, no entanto, exigiria o compromisso das autoridades em obter recursos federais e aplicá-los corretamente. Um acordo diplomático e comercial com a Bolívia permitiria que o país vizinho também utilizasse a empresa.
A Academia Guajaramirense de Letras e a Associação Cultural dos Filhos de Guajará-Mirim são autoras da mais recente reivindicação. Para essas entidades, Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), Pimenteiras e Costa Marques (ambas em Rondônia) se beneficiariam tanto em períodos de enchentes, quanto em outros.
Paralelamente, as embarcações garantiriam o abastecimento direto e integrado dos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Seria a tábua de salvação para o escoamento de frutas, hortaliças e grãos produzidos em distritos ao longo dos rios.
Alguém pode pôr o assunto nas pautas da Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara dos Deputados, em Brasília?
MONTEZUMA CRUZ é jornalista na Amazônia Legal.
MONTEZUMA CRUZ –
Extinto o Serviço de Navegação do Guaporé (SNG), o primeiro governo civil após a ditadura militar criou e fez funcionar a Empresa de Navegação de Rondônia (Enaro), cujo destino foi semelhante ao de tantas empresas prejudicadas pela malversação de recursos.

No passado, população do Guaporé valia-se dessas embarcações para chegar a Guajará-Mirim (M.Cruz/AVN)
Durante muito tempo também funcionou no extinto território federal o Serviço de Navegação do Madeira, cuja sede situa-se na atual Delegacia da Mulher. Resultado: perda total, irrecuperável, para o lado mais fraco nessa história, os usuários.
Pessoas simples e sem muitas posses formavam a clientela de passageiros das embarcações que subiam e desciam os rios Guaporé, Mamoré e Madeira, rumo ao comércio e aos hospitais de Guajará-Mirim e Porto Velho. Novas gerações de “beiradeiros” são hoje tão dependentes quanto elas, de um transporte à altura das necessidades de quem vive isolado na floresta da Amazônia Ocidental Brasileira.
Antigamente, famílias eram transportadas das barrancas, vilas e ilhas dos rios desta região, desde Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) a Guajará-Mirim, e daqui, a Porto Velho, Manaus, Belém, ao nordeste e ao sudeste do País.
“Nos anos 1950 e 60, o estaleiro do SNG produzia balsas e batelões construídos com madeira ou chapas de ferro”, conta o acadêmico de letras e historiador Paulo Cordeiro Saldanha. “Naquele tempo os administradores públicos inventavam os meios, com criatividade, pertinácia, vontade e idealismo. Não se submetiam às dificuldades e faziam acontecer”, ele assinala.
Guajará-Mirim ensaia o apoio à volta do notável SNG, remodelado, com dirigentes responsáveis, viagens planejadas e manutenção de suas embarcações. Se os serviços funcionam bem no Acre e no Amazonas, porque não dariam certo também aqui? – é a indagação ouvida na cidade.
Há promessas quase silenciosas para se debater o assunto novamente, em reunião pública que, no entanto, exigiria o compromisso das autoridades em obter recursos federais e aplicá-los corretamente. Um acordo diplomático e comercial com a Bolívia permitiria que o país vizinho também utilizasse a empresa.
A Academia Guajaramirense de Letras e a Associação Cultural dos Filhos de Guajará-Mirim são autoras da mais recente reivindicação. Para essas entidades, Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), Pimenteiras e Costa Marques (ambas em Rondônia) se beneficiariam tanto em períodos de enchentes, quanto em outros.
Paralelamente, as embarcações garantiriam o abastecimento direto e integrado dos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Seria a tábua de salvação para o escoamento de frutas, hortaliças e grãos produzidos em distritos ao longo dos rios.
Alguém pode pôr o assunto nas pautas da Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara dos Deputados, em Brasília?
MONTEZUMA CRUZ é jornalista na Amazônia Legal.